domingo, 13 de dezembro de 2015

The Wrestler




Não existe redenção, e perdão custa muito caro.



Se existe um filme que fala sobre derrota, se tornar antiquado e agarrar a primeira oportunidade de fazer algo grande após anos de escassez, O Lutador é esse filme.

Cru, seco, humano e direto. Seu protagonista praticamente vaza da tela, ele é tão real e tão bem construído que em determinados momentos a câmera precisa literalmente sair da frente dele ou se afastar o máximo possível para não ser consumida em cena. Sua história meta-linguística com a vida de Randy e o ator Mickey Rourke é um dos pontos altos, grandes astros que desaparecem por anos e se contentam em fazer coisas pequenas, mesmo que recebendo pouco ou tendo pouca visibilidade pelo simples prazer e vontade sobre humana de continuar fazendo, independente das consequências ou quanto vai custar para seu corpo e mente.




Outro ponto interessante é a realidade chocante e heroica dos lutadores de telecatch, Ram é uma lenda, respeitado por todos e uma figura adorada pelo público e mesmo assim o vemos sofrer, fico imaginando como é a vida dos lutadores menores e estreantes. Cenas extremamente realistas tomam conta dos ringues, momentos que podem chocar os mais sensíveis, em especial as lutas com cadeiras, pregos e escadas. (Sim. Rourke realmente se cortou diversas vezes com o arame e as quedas.)

A realidade não se limita as lutas e vida dos lutadores, Randy tem uma vida absurdamente visceral e real, sua relação com a filha pode gerar em muitos expectadores uma identificação imediata, da mesma forma que todos nós conhecemos ou já ouvirmos falar em pessoas que possuem relações problemáticas com prostitutas ou strippers. O infarto de Randy e a mudança forçada de carreira também não é atípica.

Uma das grandes obras dramáticas dos últimos anos e dos anos que estão por vir sai da mente experiente e madura de Aronofsky, que junto de Black Swan e Pi coloca The Wrestler na sua máxima trindade.




Leonardo H.

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