segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

THE BABADOOK




Um dos grandes suspiros do terror atual, Babadook te faz apagar a luz da cozinha e andar rápido até o quarto.




O terror tem inúmeros clichês: jump scares, figuras estranhas no escuro, mulheres escandalosas e crianças estranhas, símbolos infantis completamente distorcidos, casas grandes com um aspecto frio e vazio, sombras de arvores, vozes do além e efeitos ruins, Babadook possui todos esses e muitos mais clichês tradicionais, porem, se mantém original a cada terço do filme, o próprio andamento é diferente, personagens realmente são construídos e uma historia é muito bem apresentada, coisa rara em filmes pós-2003 de terror. 

O grande barateamento dos equipamentos aumenta o acesso de filmmakers com orçamento limitado a excelentes câmeras e lentes, dando cores muito interessantes as cenas noturnas e texturas realmente cativantes em algumas cenas diurnas, a diretora Jennifer Kent (uma estreante) mostra muita competência e criatividade em diversos pontos: ritmo, lógica no posicionamento da câmera e muita atenção nos detalhes dos rostos dos personagens e de como capta-los.





Babadook é um filme sobre sofrimento e perda, algo muito real e presente, pelo menos em algum momento, na vida de todos. Existem muitos níveis de entendimento sobre o que está acontecendo com a mãe e seu filho, sobre a criatura ou figura semiótica de outra coisa, mas em resumo podemos dizer que existem dois filmes: O filme de terror com monstro muito bem feito - O filme reflexivo, cheio de signos e metáforas para o sofrimento da perda. Ambos merecem ser vistos.

(Com a luz apagada.)

Uma curiosidade: Babadook pode ser um anagrama para A Bad Book.





Leonardo H.

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