Praticamente
independente, baixo orçamento, negado em diversos pitchings por ser considerado
muito obscuro, odiado por muitos religiosos e apoiado pelo templo satânico não
teísta, diretor de longa estreante com experiência em teatro. Parece um
monstro?
E é.
The Witch foi
produzido na cidade de Mattawa, no Canada, que além de ser afastada e pouco
conhecida a produção do filme buscou os extremos profundos das florestas dessa
cidade. Ou seja: A sensação de isolamento que o filme passa não é a toa.
Expulsos de sua
pequena cidade por questões religiosas a família (Mãe: Katherine, Filho: Caleb Filha: Thomasin, os gêmeos: Jonas & Mercy,
e um bebe sem nome.) procura um local para construir sua nova vida no interior
da grande floresta daquela região, buscando refugio no cristianismo puro toda a
família é extremamente devota e tradicional, buscando sustento através da
plantação e criação de animais até que o bebe desaparece enquanto estava sendo
vigiado por Thomasin, e então o filme mostra a que veio.
O diretor Robert
Eggers vem do teatro, portanto cuidados extremos com o figurino, projeção de
voz dos personagens e um texto meticulosamente escrito em inglês arcaico são
heranças dessa parte de sua vida e um grande deleite para quem assiste. A
história, por outro lado, pode ser considerada lenta a ponto de causar angustia
em certos expectadores, mas Eggers desenvolve personagens sem pressa e seu
objetivo não é criar um filme de terror tradicional com todos os elementos
básicos de susto, ele quer passar algumas mensagens e usar o seu subconsciente
para isso.
Não existem piadas
no filme e mesmo assim algumas risadas podem ser ouvidas na sala de cinema, o
filme causa desconforto/estranhamento e o publico para abrandar essas sensações
utiliza o riso, mas ninguém está completamente confortável.
The Witch é
diferente e objetivo com sua mensagem sem economizar na critica a religião,
apesar de se passar no século XVII muitos dos comportamentos relacionados a mulheres,
relações familiares, luto, sobrevivência
e crenças podem ser apontados atualmente em diversas sociedades modernas.
Vale ser visto,
talvez não no cinema, mas é um filme que não pode ser esquecido tão cedo e não
deve ser tratado como um simples terror. Não espere sustos mas espere sair
desconfortável e com muito para pensar e lembrar.
Leonardo H.
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