quarta-feira, 16 de março de 2016

THE WITCH




Praticamente independente, baixo orçamento, negado em diversos pitchings por ser considerado muito obscuro, odiado por muitos religiosos e apoiado pelo templo satânico não teísta, diretor de longa estreante com experiência em teatro. Parece um monstro?
E é.



The Witch foi produzido na cidade de Mattawa, no Canada, que além de ser afastada e pouco conhecida a produção do filme buscou os extremos profundos das florestas dessa cidade. Ou seja: A sensação de isolamento que o filme passa não é a toa.

Expulsos de sua pequena cidade por questões religiosas a família (Mãe: Katherine, Filho: Caleb  Filha: Thomasin, os gêmeos: Jonas & Mercy, e um bebe sem nome.) procura um local para construir sua nova vida no interior da grande floresta daquela região, buscando refugio no cristianismo puro toda a família é extremamente devota e tradicional, buscando sustento através da plantação e criação de animais até que o bebe desaparece enquanto estava sendo vigiado por Thomasin, e então o filme mostra a que veio.



O diretor Robert Eggers vem do teatro, portanto cuidados extremos com o figurino, projeção de voz dos personagens e um texto meticulosamente escrito em inglês arcaico são heranças dessa parte de sua vida e um grande deleite para quem assiste. A história, por outro lado, pode ser considerada lenta a ponto de causar angustia em certos expectadores, mas Eggers desenvolve personagens sem pressa e seu objetivo não é criar um filme de terror tradicional com todos os elementos básicos de susto, ele quer passar algumas mensagens e usar o seu subconsciente para isso.

Não existem piadas no filme e mesmo assim algumas risadas podem ser ouvidas na sala de cinema, o filme causa desconforto/estranhamento e o publico para abrandar essas sensações utiliza o riso, mas ninguém está completamente confortável.

The Witch é diferente e objetivo com sua mensagem sem economizar na critica a religião, apesar de se passar no século XVII muitos dos comportamentos relacionados a mulheres, relações familiares, luto,  sobrevivência e crenças podem ser apontados atualmente em diversas sociedades modernas.


Vale ser visto, talvez não no cinema, mas é um filme que não pode ser esquecido tão cedo e não deve ser tratado como um simples terror. Não espere sustos mas espere sair desconfortável e com muito para pensar e lembrar.




Leonardo H.

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