No decorrer das ultimas 3 décadas Martin Scorsese tem usado o cinema como instrumento pedagógico: Cassino, Gangs of New York, Shutter island, Hugo, The Wolf of Wall Street, entre outros, são verdadeiras aulas do cinema puro, do cinema tratado como arte e trabalhado nos mínimos detalhes.
Hugo não é a melhor, mas é a aula mais óbvia. Tão óbvia que
ele para toda a narrativa para explicar ao mundo quem é Georges Melies e qual a
sua importância para o Cinema, que o cinema que conhecemos hoje é fruto direto
dos mais de 500 filmes dirigidos, roteirizados e produzido por, talvez, o maior
Cineasta de todos os tempos: Marie-Georges-Jean-Méliès.
Em seu primeiro filme 3D, Scorsese faz parecer brincadeira
de criança. Sua câmera orgânica encontra uma liberdade inédita, graças aos
cenários feitos em computação gráfica ela se movimenta livre, leve e solta.
Hugo é um garoto dinâmico, quase hiperativo, e só a competência de Martin pode
acompanha-lo sem parecer artificial, estranho ou entediante.
A direção de arte e os objetos de cena constroem um mundo
utópico e caricato, e isso não é a toa. Hugo, como filme, é um sonho no qual o
diretor tem total controle. Ele pode fazer um garoto de 12 anos sobreviver
sozinho durante 6 meses concertando relógios e roubando comida em uma estação
de trem mega movimentada em Paris sem chamar a atenção de ninguém, fazer esse
garoto destruir a estação quando seu autômato cai nos trilhos (Essa cena com
certeza custou 1.000.000 de dólares), esse mesmo garoto virar um robô, pessoas
queimam do nada... As noites do Scorsese devem ser muito loucas.
Marie-Georges-Jean-Méliès é um cineasta que precisa ser
visto por todos, um gênio do cinema em
todos os aspectos.
E Martin Scorsese é um cineasta que precisa ser visto por
todos, um gênio no seu campo e um diretor
de espírito jovem que sempre se reinventa.
E um filme onde Scorsese homenageia Méliès, precisa ser
visto e admirado.
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