terça-feira, 24 de junho de 2014

O mercado de filmes complexos apresenta: ENEMY


 

Jake Gyllenhaal, figura carimbada em várias produções pseldo-cults volta em sua parceria com Denis Villeneuve após “The prisioners” para trazer um filme que não é pseudo-cult e promete dar nós em várias cabeças.




Bem vindos ao mercado de filmes complexos! Nossos filmes seguem a linha de: Donnie Darko, Solaris, The tree of life,  Antichrist, Inland Empire e o final de 2001: A Space Odyssey. Nossos clientes são muito chatos e tentam dar explicações a coisas que simplesmente não tem sentido algum e alimentam uma indústria de filmes caros e que provavelmente vão causar aneurisma cerebral em alguém um dia.

Enemy não se encaixa no “mercado de filmes complexos”, mas é um primo distante que deu certo na vida e que um dia vai causar um aneurisma em alguém.


Enfim, bora começar:

"A história se repete como farsa", dizia Marx. Com essa frase o filme se inicia, e a grande história ilusória envolvendo um professor universitário que encontra seu clone enquanto assistia um filme ira ser contada. Com uma estética pálida, uma montagem as vezes confusa mas proposital, a atuação contida de Gyllenhaal e direção competente e madura.
As vezes clichê e usando técnicas de roteiro que poderiam ser repensadas em tentativas de criar um suspense a lá “The prisioners” tiram a atenção de quem assiste a fatos mais importantes da trama para curtir aquele momento angustiante que o filme atinge seu ápice próximo ao catatônico fim.

Em uma nota onde o que é medido na balança seja: metalinguagem, simbolismo, estética e mistério, ENEMY atinge o 5 estrelas supremo como um filme que exige muita atenção e conhecimento interpretativo de quem assiste. Agora em uma nota onde se avalia o filme como um todo. ENEMY dificilmente passa de 3 estrelas e dificilmente alguém assiste o suficiente para se entreter sem ficar entediado.


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