James Wan, 37 anos, Diretor e Roteirista tipicamente voltado ao gênero do terror. Na sua lista de filmes antes do The Conjuring podemos ver: SAW (Jogos Mortais), DEATH SENTENCE (Sentença de Morte), DEAD SILENCE (Gritos Mortais) [Tradução BR mais uma vez criando pérolas], INSIDIOUS (Sobrenatural). Ou seja, ninguém esperava que ele acertaria tanto com o The Conjuring. Agora vamos especificar por que esse filme é um tapa na cara (no bom sentido) do cinema de terror:
O grande problema do cinema: Mostrar o monstro.
Como nosso querido H.P. Lovecraft nos ensinou, não é preciso mostrar o monstro para despertar o medo. As vezes a dosagem descritiva é mais assustadora do que mostrar uma pessoa sendo possuída, deformada, super maquiada em uma tentativa de montar literalmente o fator monstro no filme.
Wan não tem esse problema, ele não mostra nem mais e nem menos só quando é realmente necessário. (Destaque a cena genial do "monstro" em cima do guarda roupa)
filmes que só sabem assustar com barulho.
Ela anda lentamente em direção a porta, sua mão treme ao chegar perto da maçaneta, em sua cabeça ecoa o pensamento "-Oque causou esse barulho? Preciso ir verificar" conforme ela anda um som agudo toma conta da sala de cinema, o falso suspense esta sendo criado quando de repente duas duas filhas entram pela porta, um barulho infernal é propagado pela sala de cinema e todos se assustam por causa de um falso suspense seguido de um barulho alto. Existem CENTENAS de filmes que se baseiam nesse tipo de susto, o filme não tem uma história que causa medo e nem uma cena realmente bem feita que cause o medo, apenas sons altos e falso suspense. A diferença desses filmes para a obra de Wan é que o suspense realmente existe, é claro que vemos o falso suspense em algumas cenas, é totalmente normal, mas existe uma diferença entre filmes que se pautam apenas nesse tipo de susto e filmes que o utilizam como uma cena relaxante, sem muito peso no roteiro apenas para deixar o expectador esperto.
Algumas características estéticas:
Som: Excelente.
Profundidade: Tem retoques digitais, mas são retoques bem feitos.
Planos estáticos: Excelente.
Planos em movimento: Geniais.
Perspectiva: Sempre muito bem usada, nada parece fugir do tamanho original. (Em muitas cenas a perspectiva normalmente ficaria estranha e várias coisas teriam proporções estranhas mas foi tudo muito bem posicionado)
Montagem: Excelente.
Figurino: Excelente.
Filtros: Excelente.
Luz: Excelente. É muito comum filmes que se passam em ambientes escuros terem luzes estranhas ou pontos de luz mal posicionados ou muitos pontos de luz em uma cena apenas com uma lampada e uma janela, mas em todas as cenas a luz é muito bem utilizada.
Subplot digno de um filme solo.
Normalmente, em filmes de possessão o exorcista ele é inserido de maneira apressada, ele não tem uma história para introduzi-lo. Normalmente acontece assim: A pessoas esta possuída, ligam para o exorcista, normalmente ele é um padre então o conceito de padres realizam exorcismos não precisa ser explicado por que ja sabemos, ele já entra na casa e vai exorcizar. Meio pobre essa introdução, não acham? Vejam agora como Wan faz: Crie um Subplot onde você insere os exorcistas e deixe o Main Plot se desenrolar até o ponto em que o Subplot se resolve e os exorcistas são inseridos ao Main Plot graças aos acontecimentos do Subplot. Bem melhor, não é? E esse Subplot é uma história clássica muito bem contada que deixa uma ponta para um segundo filme.
Bom, não quero fazer um post quilométrico, eu poderia comentar sobre o Roteiro (O que seria um texto gigante), Fotografia (Também seria gigante) etc... Mas o que precisa ser falado é isso. Sejam mais críticos em relação a filmes de terror, pesquisem sobre bons filmes do gênero, sobre seus diretores e roteiristas geniais e quem sabe, em um dia distante, mais filmes de terror com o nível do The Conjuring sejam produzidos.
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